Vestido

O vestido de noiva foi durante muito tempo um qualquer vestido de uma qualquer cor, novo se a noiva tivesse algumas posses, mas que não se destinava a ser apenas envergado no dia do casamento.
O vestido que hoje destacamos foi usado por Leonisa Rosado de Sousa Roxo (1878/1932), aquando da celebração do seu matrimónio, a quatro de julho de 1900. Foi doado ao Museu de Angra do Heroísmo por uma familiar, integrando a exposição “Do Mar e da Terra… uma história no Atlântico”.
A opção pelo negro, que hoje nos parece estranha, foi durante muito tempo frequente, dado que essa cor era considerada simultaneamente elegante e austera, sendo também bastante versátil. Um vestido de seda preta era o que hoje se chamaria um básico, muitas vezes o melhor vestido de uma mulher, podendo cumprir uma variedade de funções, desde o luto à gala.
É só em meados do século XIX que a rainha Vitória vai popularizar o branco como a cor ideal para as noivas, ao usar um deslumbrante vestido de cetim branco recoberto de renda “honiton” e um véu também desta renda de bilro, como estratégia para revitalizar aquele ramo da indústria têxtil inglesa. Em 1854, o papa Pio IX institui o paradigma que a moda vinha impondo, ao associar o traje branco da noiva ao culto da Imaculada Conceção e de Maria Imaculada.

Texto | Ana Almeida / Maria Assunção Melo