Esta pedra, em forma de calota e com um “M” talhado na superfície plana, foi recolhida no subsolo do Alto das Covas, em Angra do Heroísmo, nos anos 50 do século XX. Constitui uma tampa de um dos silos ou covas destinadas ao armazenamento de cereais (trigo) existentes naquele local, provavelmente desde o século XVI. Estas covas eram habitualmente usadas por conventos e instituições similares. Neste caso, esta pedra terá pertencido a um dos silos da Misericórdia de Angra.
“Nesta cidade e em toda a ilha Terceira costumam os moradores, no verão,
quando recolhem o trigo, metê-lo em covas debaixo do chão feitas a modo
de pipa […] e dizem que deste trigo assi encovado faz muito melhor pão e é
de mais rendimento, e o tem nas covas três e quatro e seis meses, e ano
inteiro, sem por isso se danar pouco nem muito.”
Gaspar Frutuoso, ‘Saudades da Terra’, 1586-1590
Esta peça integra a Unidade de Gestão de Espécies em Pedra do Museu de Angra do Heroísmo e está patente na exposição de longa duração, ‘No Mar e da Terra… Uma História no Atlântico’.
