Com os Descobrimentos portugueses, peças de cerâmica chinesa começam a chegar à Europa em grande quantidade, influenciando a faiança portuguesa que ganhou, no século XVII, características decorativas próprias que decorrem, segundo José Meco, “da utilização intensiva de figuras, motivos e símbolos chineses e na adoção preferencial da pintura a azul de cobalto sobre esmalte estanífero branco.”
Essa influência da porcelana chinesa está bem patente no prato em destaque, em cujo centro se pode observar um monge deitado num rochedo, com o corpo protegido por um largo para-sol de franjas ondulantes. A decoração do bordo é também inspirada pela porcelana Ming, constituindo o que vulgarmente se designam “aranhões”, neste caso reproduções pouco fidedignas de folhas de artemísia, alternando com ramagens e frutos de pessegueiro, que, na China, eram, respetivamente, um bom presságio e símbolo de casamento, imortalidade e primavera.
Fontes citadas |” Porcelanas” de Lisboa | O Encanto da Faiança Portuguesa do Século XVII,
José Meco, in “Lisboa na Origem da Chinoiserie | A Faiança Portuguesa do Século XVII, Coleção de Mário Roque”, São Roque | Antiguidades Galeria, S/D
Texto: Ana Almeida
