A Barbie, muito provavelmente a boneca mais famosa de todos os tempos, foi criada em 1959 por Ruth Handler, que conjuntamente com o marido Eliot Handler e o amigo Harold Matson fundaram, em 1945, na Califórnia, aquela que é hoje a maior produtora de brinquedos do mundo, a Mattel.
A sua figura esbelta e sensual distanciava-se da das bonecas infantilizadas, refletindo o glamour requintado das vedetas da década de 1950 como Marilyn Monroe, Rita Hayworth e Elizabeth Taylor. A elegante primeira dama americana Jackie Kennedy inspirou também os primeiros modelos, quer em termos de vestuário quer de penteado. Sucedem-se versões com novas cores de cabelo, olhos e maquilhagem, que incorporam novas técnicas e materiais que testemunham a evolução da indústria dos brinquedos, como é o caso dos olhos de abrir e fechar e das pernas dobráveis e da utilização do elastômero que torna simultaneamente a boneca resistente e fléxivel.
Alterações sociais e de mentalidades vão igualmente marcar a história da Barbie. Em 1968, é lançada a Christie, a amiga negra da Barbie que apresentava já traços afro, ao contrário da Misty de 1965 e da Colored Francie de 1967, ambas com cabelo escuro, mas com traços caucasianos. Em 1963, e na sequência do entusiasmo pela conquista do espaço, surge uma Barbie inspirada na astronauta russa Valentina Tereshkova, que parece querer dar a entender que todas as carreiras estão ao alcance das meninas. Uma mensagem totalmente oposta levou à retirada do mercado, em 1992, na sequência de um cerrado ataque feminista, ao lançamento de uma Barbie loura, munida de um mecanismo que, ao ser pressionado, emitia uma mensagem sobre a dificuldade da aprendizagem da Matemática. Esta Barbie que aqui se apresenta, produzida em 1960, integra a Unidade de Gestão de Brinquedos e Jogos, tendo sido doada em 2017, por Maria de Jesus Toste.
