Leque é a forma abreviada da expressão portuguesa abano léquio, sendo esta última palavra relativa às ilhas Léquias situadas a sul do Japão. Flabelo é o termo latino que se refere aos leques utilizados na antiguidade clássica e pelas civilizações ocidentais, daí que o flabelista seja o colecionador de leques e o flabeliógrafo, o historiador. O leque, como hoje o conhecemos, é um instrumento utilitário para refrescar o ar e um adereço, originário do Extremo Oriente, mais precisamente da China no século VII e, posteriormente, do Japão, onde praticantes de artes marciais o usam também como arma. Os leques mais antigos, geralmente de grande porte, movidos por escravos, foram encontrados em civilizações como a Egípcia e a Assíria há mais de 3000 anos e serviam, para além de refrescar o ar, afastar insectos e resguardar dos raios solares, daí que se mantenha a designação flabelo para o mesmo objeto, com características semelhantes, usado nos cerimoniais cristãos. Na mitologia grega, o leque está também associado a Zéfiro, a entidade responsável pelo vento Oeste, cuja asa foi arrancada por Cupido, para que este abanasse a sua amada Psique. Trazidos do Japão pelos portugueses, em meados do século XVI, foram introduzidos por Catarina de Médicis na corte francesa, tornando-se símbolo de poder, luxo, elegância e erotismo. O seu uso disseminou-se por toda a Europa, tendo atingido o seu esplendor no reinado de Luís XIV. O leque continua a ser um objeto pessoal cheio de simbolismo. Nas culturas orientais são oferecidos em ocasiões especiais e simbolizam a amizade, o respeito e a boa vontade.
