Na telegrafia ótica, a transmissão é feita por sinais captados pelo olho humano, através da observação de posições de objetos (semáforos, bandeiras, etc.) ou luminosos naturais (heliógrafos) ou artificiais (lanternas de sinais).
Embora as lanternas de sinais possam ser usadas de dia, revelam-se de particular utilidade nas transmissões noturnas, como é o caso desta lanterna, que integra a Unidade de Gestão de Militaria do Museu de Angra do Heroísmo, capaz de transmitir sinais luminosos através de uma chave Morse.
No início da década de 1940, as Oficinas Gerais de Material de Engenharia e depois a Fábrica Militar de Braço de Prata, produziram uma evolução da lanterna de sinais “Lucas”, de origem britânica e usada até então. A mesma era constituída por um corpo em alumínio com um vidro frontal, um espelho lenticular no fundo e uma lâmpada. Na parte superior, possuía um tubo para apontar corretamente a lanterna na direção do recetor, podendo ser montada numa estaca metálica ou tripé de heliógrafo. Permitia um alcance visual de 8 km durante a noite e cerca de 4 km durante o dia (sempre dependendo das condições meteorológicas). Era guardada e transportada numa caixa de madeira com dois compartimentos. Um, além da lanterna, albergava três discos em celulóide (nitrato de celulose), nas cores vermelho, verde e amarelo, e um disco obturador para reduzir a intensidade luminosa. O outro compartimento alojava uma bateria de 12 Volt e a caixa de sobressalentes. A chave Morse estava fixa na parte inferior da tampa em tela Mills que cobria o compartimento da lanterna.
