Sala de Destaques, 16 jun. a 16 out.
A população da ilha Terceira mantém, nos dias que correm, uma relação tripla com o toiro absolutamente distintiva e única.
De facto, nesta ilha, vamos a uma toirada de praça, temos toiradas à corda e, porque no fundo é disso que se trata, enfeitamos o bezerro para o sacrifício nas festas do Espírito Santo, destinado às esmolas de carne e à função.
Diversão, festa e sacrifício convivem aqui, com raízes conhecidas desde a antiguidade mais remota, e deles a comunidade obtém, do ponto de vista social e anímico, efeitos diferentes.
É a ideia de que o animal, parceiro do quotidiano e do divertimento, é, também, o animal que se consome – no tempo do Espírito Santo, de forma claramente ritualizada.
Assim, talvez se possa concluir que, entre nós, se resolveu aquela aparente oposição entre o Boi, que é, símbolo de sacrifício, abnegação e castidade, e o Toiro, símbolo da força e do poder fecundador da vida renovada.
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