09.01.2024 - 04.02.2024

Edifício de São Francisco Sala Memórias

Os canhões ditos de salva ou de sinais são pequenas peças de artilharia, em bronze ou em ferro, fundidas à imagem e semelhança das peças de artilharia reais, porém de muito menores dimensões e destinadas, principalmente, a disparar apenas uma carga de pólvora sem lançar qualquer projétil. As salvas – uma reminiscência do gesto dos navios descarregarem as suas bocas-de-fogo, disparando-as à entrada de um porto amigável, demonstrando assim a sua confiança e intenções de paz ao entrar no porto com a sua artilharia descarregada – transformaram-se depois num gesto de saudação honorífica, executado por estas pequenas peças. Tanto no contexto de paz como de guerra, o disparo era empregue para sinalizar avistamentos, no mar ou em terra, dando assim um sinal sonoro inconfundível e audível a grande distância. Com os revivalismos românticos do final do século XIX, estas pequenas bocas-de-fogo ganharam um novo interesse, de carácter mais lúdico, para sinalizar a partida de regatas ou o início de outras competições, ou ainda para assinalar horas importantes do dia. Este exemplar, que integra a Unidade de Gestão de Militaria e Armamento do Museu de Angra do Heroísmo, é em ferro fundido, possivelmente do início do século XIX, mimetizando as bocas-de-fogo britânicas desse período. Está montada num reparo de praça em ferro fundido, ao estilo vitoriano, semelhante aos usados pela artilharia no interior das fortificações.