O bote baleeiro é um tipo de pequena embarcação, com propulsão mista, a remo e à vela, muito rápida, ligeira e manobrável, que foi utilizada na caça à baleia a partir de navios-mãe, como o faziam, por exemplo, os baleeiros da Nova Inglaterra, ou, como ocorreu nos Açores até 1986, a partir de estações costeiras. Concebido e criado a partir do modelo norte-americano, o primeiro bote baleeiro açoriano foi construído nas Lajes do Pico pelo Mestre Francisco José Machado, o “Experiente”, nos finais do séc. XIX. Resultado da capacidade criativa e do génio inventivo dos primeiros grandes construtores navais da ilha do Pico, e, no entender de muitos especialistas, “a mais perfeita embarcação que alguma vez sulcou os mares”, é um misto de elegância, robustez, eficácia e singularidade. Como embarcações velozes e manobráveis, os botes baleeiros eram construídos com madeiras leves e tinham um perfil afilado, por forma a obter um bom desempenho hidrodinâmico. Em geral, sentavam de 6 a 8 remadores e eram governados fazendo uso de uma esparrela, controlada pelo mestre à popa. O trancador, ou arpoador, ia à proa, de onde arremessava um longo arpão em ferro, com barbilha, encavado num cabo feito numa madeira pesada. Nos últimos anos, nos Açores, muitos botes baleeiros foram restaurados e outros novos foram construídos. São agora usados em atividades desportivas e de lazer, em passeios e competições à vela e a remos. Este modelo pertence à Unidade de Gestão de Náutica e Aeronáutica do Museu de Angra do Heroísmo.
