A valiosa coleção de moedas doada pelo colecionador Luis Filipe Thomaz ao Museu de Angra do Heroísmo, em julho de 2021, inclui uma magnífica dobra de D. João V, que passou a integrar a Unidade de Gestão de Numismática e Notafilia, podendo ser admirada no 2.º momento da exposição “Do Mar e da Terra… uma história no Atlântico”, no âmbito da mostra “Nove Séculos de Amoedação Portuguesa”.
A Dobra de 24 Escudos foi mandada cunhar por D. João V, monarca absolutista de Portugal entre 1707 e 1750, que deixou para a posteridade algumas moedas de ouro, que fazem jus à sua magnanimidade, à conta do ouro e diamantes brasileiros que, neste período, chegavam com regularidade à corte.
Cunhadas nas Casas da Moeda de Lisboa, Porto, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, Moçambique, Goa, Damão e Diu, estas moedas incluíam o Dobrão, o 1/2 Dobrão, a Moeda, a 1/2 Moeda, o Quartinho, o Cruzado Novo, a Dobra, a Peça, a 1/2 Peça, o Escudo, o 1/2 Escudo e o Cruzadinho.
Entre as mesmas, destaca-se a Dobra de 24 Escudos, a maior moeda cunhada em Portugal e uma das maiores do mundo. No seu anverso, podemos observar o busto laureado do rei e no reverso as armas coroadas do reino. O elevado grau de remate técnico da peça, o facto de refletir uma nova estética – o Barroco – e o seu incrível peso em ouro, fizeram desta moeda uma peça muito desejada e procurada além-fronteiras portuguesas. Apenas se conhecem 5 exemplares da mesma, cotada entre c. 175.000 € e 225.000 €, na obra “Moedas de Ouro de Portugal”, de Javier Sáez Salgado.
Texto | Carla Ferreira
