20.05.2017

Núcleo de História Militar Manuel Coelho Baptista de Lima

“De uma guerra inicialmente longínqua, o estrangulamento das exportações açorianas rapidamente se faria sentir nos mercados tradicionais, entretanto em guerra. A presença de esquadras de superfícies em águas dos Açores desapareceria com a mesma rapidez com que a inicial neutralidade protegera as embarcações alemãs nos portos das ilhas. A presença de submarinos alemães no seu mar, a partir de 1915, reforçaria os receios militares que clamavam por meios desde o início do conflito, atingindo-se o clímax com o bombardeamento de Ponta Delgada em julho de 1917. Detentores de um importante mar, dois importantes portos, um Depósito de Concentrados Alemães e de estações de cabo telegráfico ou de T.S.F., os Açores tornar-se-iam alvo da atenção dos E.U.A., e da tentativa do Estado de ombrear com a implantação de uma base americana na mesma cidade. Contudo, a vida dos açorianos tornara-se madrasta: da escassez das importações e exportações e das graves dificuldades financeiras e de defesa que transformara camponeses em soldados sem recursos, o fim da guerra radicalizar-se-ia ainda mais com combates no mar e uma gripe espanhola que trespassaria o arquipélago”.