Do Mar e da Terra… uma história no Atlântico | 2.º momento
Nesta mostra, apresenta-se um segundo conjunto de moedas doadas ao Museu de Angra do Heroísmo pelo colecionador Luís Filipe Thomaz, em julho do presente ano, desta vez de origem chinesa. A numária imperial chinesa apresenta desde logo caracteres particulares que se manterão até finais do século XIX, tanto na China como nos países por ela influenciados, como o Japão, a Coreia e o Vietname. A partir do século III A. C., as moedas são todas redondas, fundidas quase só em cobre e nas suas ligas, o bronze e o latão, e com um furo ao centro, para poderem circular aos centos enfiadas em baraços, permitindo o pagamento de somas de certa monta e assim suprindo a inexistência de moedas de metais nobres, dado que estes eram apenas amoedados para produzir moedas de luxo destinadas a presentes imperiais.
Os cunhos reduzem-se a caracteres chineses, em regra quatro, não ocorrendo quaisquer figuras, e os reversos são lisos. São designadas em português por sapecas, termo de origem malaia ou javanesa, que literalmente significa “um cento”, mas que se usou desde logo para designar cada unidade. Chamou-se-lhes também caixas, termo de origem dravídica (sul-indiana), que significa “pequena moeda”.
As primeiras moedas circulares lavradas em prata pelo estado, conhecidas em português por patacas, de tipo semelhante ao das moedas da Europa, do Mundo Muçulmano, da Índia e do Sueste Asiático, à exceção do Vietname, surgiram apenas em 1889, quando a tendência para a mundialização da moeda atingiu a região.