Esta Santa Bárbara, representada de pé, segurando um dos seus atributos mais vulgares, a torre alusiva ao seu confinamento e fé na Santíssima Trindade, terá sido uma das primeiras imagens a ser trazida para a Ilha Terceira pelos povoadores, já que é usualmente evocada como protetora contra as tempestades, além de ser padroeira dos artilheiros e dos mineiros, cujas profissões implicam o uso de pólvora. Tal devoção explica-se pelo facto do pai da jovem martirizada, que optara por se assumir como carrasco da própria filha e executar a sentença decorrente da conversão desta ao cristianismo, ter sido alegadamente fulminado por um raio divino, no momento em que a degolou.
Os panejamentos com pregas largas quebradas pelo meio, o manto fixo no peito, a cabeça oval, o queixo aguçado e os cabelos corredios e ondulados, são características que podemos encontrar neste tipo de escultura em pedra de Ançã dos séculos XV e XVI. No entanto, a policromia ostenta um douramento que faz lembrar a talha seiscentista e que sugere um trabalho posterior, já do século XVII.
Oriunda da Igreja Paroquial de Santa Bárbara, que foi depositada neste Museu a 7 de outubro de 1999, passando a integrar a Unidade de Gestão de Belas-Artes, encontra-se patente na exposição Do Mar e da Terra… uma história no Atlântico.
