O culto de São Sebastião, soldado romano, perseguido e martirizado duas vezes por não renunciar à fé cristã, nasceu no século IV e atingiu o seu auge nos séculos XIV e XV, tanto na Igreja Católica como na Igreja Ortodoxa. O seu hábito de rezar e conviver com os leprosos, que eram então ostracizados, levou a que se tornasse santo protetor contra as doenças contagiosas e infecciosas, sendo inúmeras as lendas que o associam à erradicação de surtos de peste. A sua coragem de assumir por duas vezes a sua conversão ao cristianismo perante o imperador Diocleciano, nomeadamente depois de ter sobrevivido à primeira tentativa de execução, explicam o facto de ter sido adotado pela comunidade homossexual como exemplo na luta para que a sua condição seja reconhecida pela Igreja. São Sebastião foi ainda o ícone de várias expressões artísticas, nomeadamente na pintura, inspirando vários artistas da Renascença. Esta escultura de marfim indo-portuguesa representa-o na sua posição tradicional, ou seja, amarrado a uma árvore, servindo de alvo às flechas, cujos orifícios ainda são visíveis.
Esta peça integra a Unidade de Gestão de Belas-Artes do Museu de Angra do Heroísmo e está patente na exposição de longa duração, Da Terra e do Mar… Uma História no Atlântico.
