Polvorinho

Entre os múltiplos acessórios inerentes ao uso das armas de carregamento pela boca, o polvorinho, destinado ao transporte de pólvora, é talvez o mais exuberante, servindo frequentemente de suporte a expressões artísticas, que vão da simplicidade bucólica à riqueza cortesã. O seu estilo, decorações e materiais variou muito em função da época e região. Porém, sempre com a preocupação do uso de materiais que não produzissem faísca, que preservassem a pólvora da humidade e que evitassem os estilhaços se, por má fortuna ou erros do caçador, este explodisse. Na maior parte das vezes, foi escolhido o uso de chifres ou ossos.
Integrado no polvorinho está quase sempre um doseador, que permite ao caçador retirar apenas a quantidade de pólvora adequada à arma que está a usar.
Este exemplar de polvorinho do final do século XVII, pertencente à Unidade de Gestão de Militaria e Armamento do MAH, em chifre de bovino, apresenta guarnições em ferro e doseador em latão, com mola, aproveitando a forma curva do chifre para servir de contorno à cintura do caçador, onde suspende pelo gancho em ferro com decoração vazada.
As decorações seguem o gosto espartano do século XVII com alguns apontamentos decorativos em gravações fitomórficas.