Foram quatro os iates adquiridos por D. Carlos I de Portugal e rebatizados com o nome da esposa do monarca, a rainha D.Amélia de Orleães, cujas iniciais aparecem nos vidros de uma dessas embarcações que integram a Coleção de Náutica do Museu de Angra do Heroísmo. Estes iates destinavam-se essencialmente à investigação oceanográfica, atividade em que D. Carlos I estava profundamente envolvido e que lhe deram renome mundial como cientista e oceanógrafo, estando para isso equipados com instrumentos para recolha, preparação e conservação de exemplares, além de alojamentos para os investigadores.
Quando no verão de 1901, os monarcas realizaram uma visita régia aos arquipélagos dos Açores e da Madeira, o iate “Amélia III”, construído na Escócia em 1898 e adquirido um ano depois por D. Carlos, acompanha a esquadra composta pelos cruzadores “D. Carlos”, “D. Amélia” e “São Gabriel”.
Em novembro de 1901, o “Amélia III”” foi trocado pelo iate “Amélia IV”, bastante mais amplo do que os seus antecessores, e no qual, na sequência do golpe militar que implantou a República em Portugal, D. Manuel II e a sua família partem para o exílio, sendo conduzidos a Gibraltar.
Curiosamente o “Amélia III”, foi adquirido pela Marinha dos Estados Unidos em 1917, que lhe mudou o nome para “Yacona”, tendo sido transferido, em 1921, para o Governo Insular das Filipinas. Designado para servir como iate oficial do Governador Geral, e rebatizado com o nome “Apo”, foi utilizado para viagens de inspeção por Leonard Wood, Henry Stimson, Dwight Davis e Theodore Roosevelt Jr. Em 1932, foi devolvido ao Governo Federal dos Estados Unidos.
Os vidros que hoje destacamos encontram-se patentes no quarto momento da exposição “Do Mar e da Terra… uma história no Atlântico”, designado a “A Formação do Contemporâneo”.
