Roda de Fiar

A imagem da mulher a fiar com o fuso, nas cerâmicas da Antiguidade, ou da mulher a usar a roda de fiar, nas iluminuras medievais, para além da sua repercussão no imaginário infantil, ajuda-nos não só a situar cronologicamente estas inovações tecnológicas, como também a considerar a fiação como um importante atributo da mulher desses tempos.
O primeiro instrumento de fiação – o fuso – não é mais do que um pauzinho roliço com um disco enfiado na extremidade inferior, que serve para acelerar o movimento horizontal de rotação, que é transmitido às fibras, num movimento vertical, ascendente e em espiral, e que, controlado pela fiadeira, produz a torsão das fibras, ou melhor, a sua união num fio tão longo e resistente quanto possível.
A roda de fiar, manual ou a pedal, vem aumentar a produção de fio e ter-se-á difundido a partir do século XIV. Em todo o caso, este aparelho de fiação constitui essencialmente uma inovação realizada a partir do fuso, que passa a estar na horizontal e ligado a uma roda aceleradora, aumentando a produtividade e permitindo, quando é movido a pedal, que a mulher fie sentada.
Esta peça integra a Unidade de Gestão de Etnografia do Museu de Angra do Heroísmo.

Texto | Maria Helena Ormonde, ‘in’ “Instrumentos e trabalho e de Cultura”, MAH, 2017