Na Ilha Terceira, cangas como esta pertencente à Unidade de Gestão de Etnografia do Museu de Angra do Heroísmo eram reservadas para as ocasiões de festa, assumindo uma função de representação social, neste caso do estatuto do lavrador e proprietário, reforçada geralmente pela gravação do nome e de uma data.
O etnógrafo terceirense Luís da Silva Ribeiro considera estas cangas de luxo, profusamente decoradas com motivos geométricos e simbólicos esculpidos à navalha ou à goiva e pregaria de latão, uma das expressões maiores do “trabalho artístico” do povo terceirense, relacionando-as com simbologias evocativas de poderes mágico-religiosos.
